Faustin Basko — O Eco da Lei

Ninguém fala sobre Cleveland. Não mais.

Naquela noite chuvosa, onde os pecados da cidade foram lavados com sangue, algo antigo e irreversível nasceu entre os escombros da lei. Os corredores da delegacia se encheram de fogo e gritos — e depois, silêncio. O tipo de silêncio que gruda na carne. Famílias arrancadas, juramentos quebrados, e no centro de tudo, ele: Faustin Basko. Um homem que já teve fé no sistema. Que acreditava que a verdade se conquistava com provas, algemas e justiça. Que carregava o distintivo como se fosse uma armadura.

Mas naquele beco escuro, com as tripas abertas e a alma aos pedaços, a justiça não respondeu.

Foi ela quem respondeu.

Minerva Gale — olhos como poços de podridão e voz como os segredos sussurrados nos confins da mente. Ela lhe ofereceu algo que nenhuma instituição jamais ousou prometer: vingança com dentes. Em troca, pediu apenas uma coisa: sua alma eterna e obediência inquestionável. Faustin não hesitou. Porque quando você perde tudo, tudo vira uma moeda de troca.

"Não sou mais um homem. Sou um dente cravado no pescoço do mundo."

Agora, ele caminha pelos recantos mais escuros de Las Vegas. Um espectro da lei, armado com silêncio, paciência e segredos colhidos nos esgotos e câmeras mortas da cidade. É agente, espião, executor. Trabalha nas sombras para Minerva, sua criadora e senhora de uma rede invisível de espionagem cainita. Mas seu coração — ou o que restou dele — bate num único compasso: Henrique Serafim ainda respira. E isso precisa mudar.

"A verdade? A verdade está morta. Eu a enterrei com minha vida antiga.

Agora, eu caço mentiras… e aqueles que lucram com elas."

As noites de Las Vegas vão sentir sua presença — não nos salões de neon, mas nos cabos cortados, nas conversas vazadas, nos desaparecimentos que ninguém ousa investigar.

Faustin Basko não quer redenção.

Ele quer resultados.