A indústria da moda é tradicional, mas precisa inovar para se manter competitiva. A Marisol S.A., com mais de 60 anos de história, tem encarado esse desafio ao equilibrar escala, diferenciação e colaboração. Giuliano Donini explica que o setor têxtil no Brasil é fragmentado, sem uma liderança clara, o que dificulta a inovação. Para mudar esse cenário, a empresa criou o primeiro condomínio de confecções do país, aplicando o conceito de coopetição (cooperação entre concorrentes) para otimizar custos e aumentar a competitividade. Esse modelo já é usado com sucesso na indústria automobilística e no varejo global, mas ainda é pouco explorado na moda brasileira.

Outro diferencial da Marisol é sua aposta na economia dos intangíveis, criando valor além do produto físico. Um exemplo é a marca Lilica Ripilica, que evoluiu de um ícone de vestuário para um fenômeno midiático. Com uma série animada transmitida na China para mais de 110 milhões de espectadores, a marca expandiu sua influência para higiene bucal infantil, demonstrando que moda pode ser um veículo para construção de marcas fortes e relevantes em diferentes mercados. Esse pensamento estratégico permite que a Marisol não dependa apenas do varejo tradicional, mas explore novas fontes de receita e engajamento.

Por fim, o episódio destaca como a tecnologia e os dados são essenciais para acompanhar mudanças de comportamento do consumidor. A moda, ainda muito baseada em intuição e subjetividade, precisa encurtar ciclos produtivos e usar informações para antecipar tendências. A Marisol já explora modelos de clusterização e dados estruturados para tornar suas coleções mais eficientes. O aprendizado principal do episódio? Colaboração, inovação e um olhar para além do produto são essenciais para a moda do futuro.