
GRAÇA PARA OS QUE CHORAM
Também Jesus chorou e conheceu o lamento do seu povo, vítima da ocupação estrangeira. Muitos doentes, pobres, viúvas, órfãos, marginalizados, pecadores acorriam a Ele para escutarem a sua Palavra tranquilizadora e serem curados no corpo e na alma.
No Evangelho de Mateus, Jesus é o Messias que cumpre as promessas que Deus fez a Israel e por isso anuncia:
“Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados.”
Jesus não é indiferente diante das nossas aflições e se empenha pessoalmente em curar o nosso coração da dureza do egoísmo, em preencher a nossa solidão, em dar vigor à nossa ação.
É o que nos diz Chiara Lubich, no seu comentário a essa mesma frase do Evangelho: Jesus, com essas suas palavras, não quer levar quem é infeliz a uma simples resignação, prometendo uma recompensa futura. Ele pensa também no presente. Com efeito, o seu Reino, embora não de modo definitivo, já está aqui. Ele está presente em Jesus que, ressuscitando de uma morte sofrida na maior aflição, venceu a morte. Está presente também em nós, no nosso coração de cristãos, pois Deus está em nós. A Trindade veio habitar em nossos corações. Por isso, a bem-aventurança anunciada por Jesus pode realizar-se desde já. (...) Os sofrimentos podem até permanecer, mas existe uma nova força que nos ajuda a carregar as provações da vida e a socorrer os outros nas suas dificuldades, para que as superem, vendo-as como Jesus as viu e as acolheu como meio de redenção.
“Bem-aventurados os que choram, pois eles serão consolados.”
Na escola de Jesus, podemos aprender a ser, uns para os outros, testemunhas e instrumentos do amor terno e criativo do Pai. É fazer nascer um mundo novo, capaz de sanar a convivência humana pela raiz e de atrair a presença de Deus entre os homens, fonte inesgotável de consolação para enxugar toda lágrima.