
Pesquisas e a realidade mostram que o meio acadêmico no Brasil está deixando de ser cada vez mais branco e elitista.
Entre inúmeras razões, inclui-se o fato de mulheres pretas acadêmicas buscarem no mestrado e doutorado o caminho para a transformação social de suas realidades e das pessoas em seu entorno.
Quando concluí meu mestrado na área de gênero e comunicação e me tornei professora universitária, muitas vezes me vi sozinha nesse lugar, tendo que carregar o peso de construir e defender narrativas e epistemologias negras, respondendo por toda a comunidade negra. Mais um cansaço para a lista de tantos.
Mas existem mulheres maduras atentas a isso e fazendo a mudança acontecer. É o caso de Patrícia Dias, ex-modelo internacional e atualmente doutoranda e mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela UFRJ, especialista em política de inclusão da população negra e pesquisadora sobre migração negra.
Essa carioca de 52 anos criou o PIER Virtual - Projeto de Integração Étnico-Racial, que prepara pessoas negras e periféricas para ingressarem no mestrado e doutorado em universidades brasileiras.
Destemida e sem rodeios, ela compartilha por que, no alto de sua maturidade, decidiu agir para não se sentir mais estrangeira em seu próprio país, ao se ver sempre como a única negra em espaços de poder e intelectualidade.
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O "Um Caso à Parte" tem design e edição de Filipe Idelfonso.
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