
Com a posse dos seus pertences, nós nos preparamos para partir. Damakos ainda estava desacordado, por causa do efeito do veneno. Thorgrim muito solicito, desferiu um leve tapa na face do bruxo para acordá-lo. Sua mão grossa e calejada, de vários anos minerando sem descanso, poderia acordar um urso hibernando no inverno de Dez Brugos. Damakos despertou um pouco assustado, mas bem alerta. Então fugimos.
A batalha entre os drows e os demônios acontecia ao longo da fortaleza. Nos restavam poucas saídas seguras, e decidimos por fim seguir pelo elevador. Guiados por Glazard, nos dividimos em dois grupos e descemos pelo precário elevador de carga. Por último na fila, o monge resolveu se mostrar para Eldeth. Desceu pela corda do elevador, com toda a graciosidade e destreza, que um anão vestido apenas sunga, capa e uma máscara, poderia demonstrar.
Andamos o suficiente para sair dos olhares das sentinelas drows. Quando nos vimos finalmente livres, e de relativamente segurança, veio uma pergunta muito importante. O que faremos em seguida? Não sei as intenções dos outros, mas meu objetivo é procurar alguma forma de voltar pra casa, ou o que restou dela. Mas como? Eldeth sugeriu para seguirmos para Gauntlgrim. Desconheço essa cidade, Thorgrim contudo, conhecia ou já morou lá. Preciso conhecer melhor meus aliados.
Decidimos ir para Gauntlgrim, mas antes fazer uma pausa em Bosque Nunca Claro. Muska lembrou do convite do Stool, e afirmou que uma pausa num local amigo para se reabastecer, será muito importante.
O caminho pelas cavernas era cansativo, mas de certa forma recompensador. Era incrível imaginar todo um mundo, com sociedade, vegetação própria, fungos brilhantes, criaturas incríveis e mortais a centenas de metros da superfície. Sendo que muitas delas, jamais poderão observar o brilho de um nascer do sol. Será que um dia eu voltarei a ver o sol novamente?
Glazard foi a frente como batedor, após algumas horas de caminhada, localizou uma formação na rocha, algo que poderia servir como abrigo. Montamos acampamento, e após uma excelente refeição feita pelo Muska, fomos dormir. Fomos acordados as pressas, horas depois por Damakos. O tiefeling alertou que alguns duegares se aproximavam do acampamento, e que eles tinham uma aparência estranha. De fato, os duergares pareciam que tinham fungos saindo de seus rostos, e se moviam como zumbis. Não seria possível dialogar, apenas nos defender.
Estávamos em maioria, e dessa vez tínhamos nossos equipamentos. Rapidamente cercamos as criaturas, e atacamos com precisão e eficiência. Assim que eram mortas, as criaturas soltavam nuvens de esporos. Eles estavam doentes, e suas mentes pareciam controladas por algum feitiço ou elo natural que desconheço.
Esse é apenas o primeiro dia livre no underdark, e foi impossível suprimir o sentimento de saudade da segurança das nossas celas.