
A cultura ocidental atual, diferentemente de outras culturas e religiões, luta para ensinar as pessoas a lidar com o sofrimento e a morte. O Cristianismo, no entanto, coloca o sofrimento no cerne de seus ensinamentos, reconhecendo que a morte entrou no mundo através do pecado, mas que os seres humanos possuem um instinto inerente pela imortalidade. Esta perspectiva oferece uma resposta ao sofrimento que outras abordagens culturais não conseguem.
O exemplo de Estevão ilustra como o sofrimento pode ser enfrentado. Acusado de falar contra o Templo e a Lei, Estevão demonstrou que Deus não habita em locais físicos, mas em nós, e que não é preciso um lugar santo para encontrar o Divino. Ele também afirmou que, embora a Lei de Deus seja inviolável, a salvação não vem pela obediência humana à Lei, que é impossível de cumprir perfeitamente. Em vez disso, Jesus cumpriu a Lei com uma vida santa e pagou a penalidade por nossos pecados, tornando-se o sacrifício perfeito e o verdadeiro "templo". Aqueles com o coração espiritualmente endurecido precisam nascer de novo e receber um novo coração.
A capacidade de Estevão de enfrentar o sofrimento e a morte decorreu do que ele "viu": Jesus de pé à destra de Deus no tribunal celestial, atuando como seu advogado. Esta visão significava que, enquanto o tribunal terreno o condenava, o tribunal celestial o aceitava, e este último era a verdadeira e eterna realidade. A certeza de ser amado, honrado e aceito por Deus e Jesus Cristo, não apenas intelectualmente mas com o coração pelo poder do Espírito Santo, permite enfrentar qualquer adversidade.
Finalmente, o sofrimento não é sem sentido para aqueles em Cristo; ele aperfeiçoa o caráter e produz uma glória eterna que supera a dor transitória. Elisabeth Elliot e Timothy Keller afirmam que é através do sofrimento mais intenso que Deus ensina lições profundas e que a dor refina o caráter como o fogo purifica o ouro. A morte e o discurso de Estevão tiveram um impacto profundo em Saulo (que se tornaria Paulo), servindo como base para sua teologia e resultando na dispersão e crescimento da igreja, demonstrando que o sofrimento pode levar à glória de Deus e que a morte foi derrotada e usada em favor da missão divina. Se o sentido da vida é o Reino de Deus, o sofrimento não pode destruí-lo.
VEM COM A GENTE!