
O processo de favelização no Brasil foi marcado pelo não-planejamento urbano e pela falta de políticas públicas eficazes, esse efeito gerou um cenário de profunda desigualdade social. A constante exposição a fatores como violência, insegurança alimentar e ambiental e insalubridade gera um estado de estresse crônico entre os residentes de favelas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 30,6% dos residentes de favelas relataram sentir nervosismo ou ansiedade todos os dias, contra 20,4% da população em geral. A prevalência de transtornos mentais como depressão, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de estresse pós-traumático é significativamente maior em favelas do que em outras áreas (12,8% dos residentes de favelas, enquanto a média nacional é de 5,8%). O uso de drogas e álcool é um problema comum. De acordo com dados da Fiocruz, o uso de crack entre jovens de 12 a 17 anos é 2,5 vezes maior em favelas do que em áreas não favelizadas. Os efeitos do processo histórico de favelização na saúde mental da sociedade brasileira são complexos e multifacetados.
Para entender melhor sobre o assunto, conversamos com:
Msc. Mateus França
É mestre e doutorando pelo programa de pós-graduação em Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pesquisa desde o seu mestrado o direito das favelas e territórios populares urbanos, investigando o funcionamento do fenômeno jurídico nestes espaços.
Ingrid Martins
Psicóloga e Cientista Social formada respectivamente pelas Universidades da Amazônia – UNAMA e pela Universidade Federal do Pará. É especialista e Avaliação Psicológica e pós-graduanda em Psicologia Jurídica, com ênfase em Perícia Psicológica. Além da atuação como Psicóloga Clínica, possui experiência no campo da Psicologia Social e Saúde Mental.
Referências:
Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, 2020.
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Crack, epidemia e desafio. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2019.
Instituto Sangari. Mapa da Violência 2022: Os jovens negros no Brasil. São Paulo: Instituto Sangari, 2023.
Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde e Ambiente/vigitel. Vigitel 2022: Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2023.
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