Descritivo do episódio 8:
Quando não sabemos mais o que fazer: o verdadeiro trabalho é o da alma
Dignidade para mim é presença. Restaurar-me é reaparecer no próprio corpo. Não falo apenas de teoria. Falo de corpo, de presença, de um retorno sagrado à casa que sou. Falo sobre quando reaprendo sobre mim, a partir das minhas experiências e me autorizo, lentamente, a reaparecer. Falo de quando decido não me apressar mais. E, como tenho dito: “Não apresse meu tempo, nem me atrase. Cada situação deve acontecer na justa medida do meu próprio tempo.”
Eu que estava no olho do furacão e quando tudo parecia ruir, as certezas, até a fé no próprio caminho, costumava me perguntar: “O que resta?”
Resta um vazio. Um não saber. Resta a pedra. A aridez. O silêncio de quem se pergunta: “E agora?”

Mas ali, naquela pausa imposta pela dor, é que percebi que talvez meu verdadeiro trabalho fosse justamente esse: extrair flor da pedra.

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Texto e produção: Karina Okajima Fukumitsu

Edição: Ayrton Chagas Felisberto