
Conheci-o antes de o conhecer, pessoalmente, e, talvez, antes de me saber a mim mesma na plenitude deste exercício da curadoria que me apaixona. Uma amiga comum ofereceu-me uma obra dele como prenda de casamento. Esse casamento, o primeiro, já lá foi, mas fiquei com a obra até aos dias de hoje e teria que esperar pela minha chegada à zet gallery para trabalharmos juntos. José Augusto Castro (PT, 1962) desenha, pinta, porque não há como fazer evitar. O atelier é parte da casa e o ato de criar é parte dele. O quotidiano é uma fonte de inspiração. Os objetos que ocupam os espaços da casa, a música que é a primeira decisão do tempo de atelier. Depois acontece a experiência transcendental do desenho, do gesto, da cor, de celebrar no suporte a experiência do que é a Arte, encontro pessoal e utópico consigo mesmo.
José Augusto Castro divide o tempo com a atividade docente que é uma das suas causas e, atualmente, vive a experiência de a filha também ter escolhido carreira artística. Tantas gentes num homem só e o tudo que se traduz na pintura e que, em parte, nos permitiu descobrir nesta conversa.