
A inconsciência tem um preço: estamos a mercê de motivações que desconhecemos e que nos levam a percorrer caminhos diferentes e, muita vezes, não desejados. Contudo, possui um expressivo ganho secundário: somos inocentes frente à responsabilidade. A tomada da consciência carrega consigo a responsabilidade pelas nossas escolhas; ao passo que torna mais sedimentado o caminho para os objetivos. O compromisso, nos parece, deve ser de se tentar ao máximo sempre, dar seu melhor sempre. E quando não for possível atingir o que se busca ao menos, sabemos que tudo foi feito. Nos mantemos menores frente aquilo que é maior do que nós e, dessa forma, não temos culpa. Apenas responsabilidade. A culpa não é sobre aquilo que fazemos inconscientemente, mas sim sobre aquilo que é essencial ser feito e, conscientemente, escolhemos não fazer. Para todo o resto, e para todo o efeito, a responsabilidade permanece e permanecerá livre do peso.