
Poético - descobrindo o literário nos textos das Ciências Sociais. Episódio 1 - O Suicídio, Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917)
Poético - descobrindo o literário nos textos das Ciências Sociais é mais um projeto do PET Sociais, que tem a intenção de levar ao conhecimento público aspectos das obras de autores das áreas de Sociologia, Antropologia e Ciência Política de uma forma diferente.
Através de Podcasts, que serão lançados no Spotify, apresentaremos trechos da literatura acadêmica com reflexões atuais, exaltando a riqueza lírica das obras, de forma dinâmica.
Para a abertura da série Poético traremos o sociólogo Emile Durkheim e sua célebre obra “O Suicídio”.
Vinheta: Adios Nonino, Astor Piazzolla. Voz: Adalberto Paranhos, nosso queridíssimo professor, a quem agradecemos imensamente.
Biografia Durkheim: Fernanda Pierri, Heloisa Yumi Uekita, Laryssa Damiana e Nayara Francesquini. Voz: Nayara Francesquini
O Suicídio:
Voz: Nayara Francesquini
Música: Sad Emotional, Naoya Sakamata
Edição: Laryssa Damiana
Produção: Grupo PET Sociais da Universidade Federal de Uberlândia
“A realidade parece não ter valor em comparação com o que as imaginações febris vislumbram como possível; desligamo-nos dela, portanto, mas para nos desligar do possível quando, por sua vez, ele se torna realidade. Temos sede de coisas novas, de prazeres ignorados, de sensações inominadas, mas que perdem todo o sabor assim que se tornam conhecidas. Então, ao sobrevir o menor revés, não temos força para suportá-lo. A febre despenca e percebemos que o tumulto era estéril e que todas aquelas sensações novas, indefinidamente acumuladas, não conseguiram constituir um sólido capital de felicidade do qual pudéssemos viver nos dias de provações. O sábio, que sabe desfrutar os resultados obtidos sem sentir eternamente a necessidade de os substituir por outros, encontra razões para se apegar à vida quando soa a hora das contrariedades. Mas o homem que sempre esperou tudo do futuro, que viveu com os olhos fixos no futuro, nada tem no passado que o console dos amargores do presente, pois o passado foi para ele apenas uma série de etapas atravessadas com impaciência. O que lhe permitia não enxergar a si mesmo era o fato de sempre contar com encontrar mais adiante a felicidade que ainda não encontrara até então. Mas eis que foi detido em sua caminhada; não tem mais nada, nem atrás nem à frente, em que repousar o olhar. O cansaço, aliás, é suficiente por si só para produzir o desencanto, pois é difícil não sentir, com o tempo, a inutilidade de uma perseguição interminável”.
(DURKHEIM, 2011, p. 325-326).