
Sempre que se discute acerca do direito à cidade, tendemos a observar esta temática do ponto de vista de oferecer ao indivíduo condições para que este tenha acesso ao ambiente urbano de qualidade, traduzido em uma série de características relativas a infraestrutura urbana, como calçadas largas, fachadas ativas, pontos de parada agradáveis na rua, praças concebidas para utilização e não somente contemplação e trânsito, além das questões que incidem sobre a sensação de segurança do indivíduo.
No entanto, o público infantil, parcela importante da população, as vezes é subestimado para o pensamento e desenvolvimento de políticas de desenvolvimento urbano, e uma cidade que não garanta qualidade de vida para esses pequenos, não pode ser entendida como um bom lugar para se viver e habitar. Diversos estudos demonstram que a maneira como a criança desenvolve sua relação com o espaço urbano é basilar para o a criação do laço de pertencimento com o lugar que vive, além de ser preponderante para a construção da sua relação com a cidade no futuro.
Os desafios enfrentados para se deslocar com segurança e qualidade nas cidades brasileiras são muitos, indo desde calçadas estreitas e disputadas com veículos que impedem a caminhada com segurança, passando por pontos de ônibus sem assentos ou abrigo contra o sol e chuva, além de questões relativas à segurança do ambiente urbano para um transitar tranquilo.