
Antonio Sebastiano Francesco Gramsci, nascido de uma família pobre, foi um filósofo marxista italiano de renome que deixou importantes contibuições em áreas como teoria política, sociologia, antropologia, história e linguistica. Gramsci é principalmente reconhecido pela sua teoria da hegemonia cultural, que analisa como o Estado utiliza as instituições culturais para manter o poder nas sociedades ocidentais. Desempenhou um papel fundamental como membro-fundador e secretário-geral do Partido Comunista Italiano e foi eleito deputado, sendo detido em Novembro de 1926 pelo regime fascista liderado por Benito Mussolini.
Iniciou a sua militância política no Partido Socialista Italiano em 1913, tendo começado, em 1914, a escrever para o jornal local do partido em Turim, chamado "Il Grido del Popolo" ("O Grito do Povo" em português), e dois anos depois tornar-se-ia co-editor do jornal "Avanti!", jornal de tiragem diária do PSI na região de Piemonte.
A partir de 1917 começa a interessar-se pela Revolução Russa, mais particularmente pelas ideias políticas de Lenine e da facção bolchevique. Rapidamente se alinhou com essas ideias e não demorou a expressar publicamente o seu apoio. À altura, eram escassas as notícias sobre a Revolução Russa que chegavam a Itália - e as que havia eram a maioria das vezes proibidas pela censura -, mas conforme novas noticias vinham chegando, Gramsci começou a desenvolver a sua interpretação pessoal dos acontecimentos, que ficou expressa no seu artigo intitulado "Notas sobre a Revolução Russa", que escreveu para o jornal "O Grito do Povo", a 29 de abril de 1917.
Ao explicar a sua visão dos acontecimentos de 1917 aos camaradas italianos, Gramsci deixa-nos um legado de marxismo-leninismo e, portanto, de emancipação da classe trabalhadora. Desde o seu cárcere, em 1926 até à sua morte em 1937, às mãos do fascismo de Mussolini, teve uma produção teórica impar e a revolução de outubro permaneceu viva no seu pensamento, na ponta da sua caneta e no seu coração.
Para terminar, tratando-se da obra de um marxista italiano, a inevitável "Bella Ciao". Canção popular italiana, inicialmente cantada pelas mondadeiras das regiões da Emilia Romagna e do Véneto (região que, aliás, elegeu Gramsci como deputado). Mais tarde viria a tornar-se canção de protesto contra a Primeira Guerra Mundial, e depois adaptada como hino pelos partisans da resistência italiana contra o fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. Foi gravada em diversas línguas e a versão que vos apresento foi gravada pelo Coro Partigiano Triestino.
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