No intuito de promover a Língua Portuguesa no exterior, o “Palavras do Brasil” se propõe a desbravar, a cada episódio, um vocábulo da língua brasileira. Este podcast é uma realização do Programa Leitorado Guimarães Rosa, do Ministério das Relações Exteriores e do Instituto Guimarães Rosa em Roma [https://www.facebook.com/IGRosaRoma], pela voz da Professora-Leitora Camila Almeida, da Università di Bologna [https://www.instagram.com/programaleitoradosunibo/]
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No intuito de promover a Língua Portuguesa no exterior, o “Palavras do Brasil” se propõe a desbravar, a cada episódio, um vocábulo da língua brasileira. Este podcast é uma realização do Programa Leitorado Guimarães Rosa, do Ministério das Relações Exteriores e do Instituto Guimarães Rosa em Roma [https://www.facebook.com/IGRosaRoma], pela voz da Professora-Leitora Camila Almeida, da Università di Bologna [https://www.instagram.com/programaleitoradosunibo/]
“Éramos quatro as filhas de minha mãe. Entre elas ocupei sempre o pior lugar. Duas me precederam – eram lindas, mimadas. Devia ser a última, no entanto, veio outra que ficou sendo a caçula.”
Assim começa o poema “Minha Infância” da poetisa goiana Cora Coralina. Nele, o eu lírico explica que tinha duas irmãs mais velhas, mas que, quando chegou a última, a recém-chegada ocupou o espaço da então caçula. Derradeiro, o caçula é aquele irmão que nunca foi filho único e, por isso, já nasceu precisando desenvolver seu senso de comunidade, dividindo atenção, espaço e objetos.
Do quimbundo kassule, a palavra caçula significa “o último da família”, ou seja, o filho mais novo. Independentemente do gênero ao qual se refere, o mais comum é sempre usar a forma caçula. É claro que no Brasil é possível dizer que alguém é o filho mais novo, mas a palavra caçula é especial porque se opõe ao primogênito com uma ternura única. O seu diminutivo, caçulinha, reforça ainda mais o afeto com o pequeno da família, mesmo quando ele já é grande.
Palavras são indícios que nos permitem conhecer melhor a nossa história, e várias das palavras usadas no Brasil são elementos fundamentais de afirmação de uma cultura tão importante para o país como é a cultura africana. Caçula é assim: sua origem nos relembra nossas origens e o seu uso reforça a importância da cultura negra para o que somos e falamos. Não a usar seria um desperdício. Usar “mais novo” não só não tem a mesma carga afetiva, como também não tem a mesma graça. Por experiência própria, posso dizer que ser a filha mais nova é confortável, pois temos pais mais experientes e irmãos para facilitar os nossos caminhos, mas eu gosto mais da ideia de ser a caçula simplesmente porque é mais fofo de se dizer.
E você? É filho único ou tem irmãos? Você é o primogênito, o irmão do meio ou o caçula da família?
Palavras do Brasil
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