
No artigo Futebol: a grande Paixão do Povo Brasileiro, Carlos Amadeu Botelho Byington analisa o futebol a partir da psicologia simbólica junguiana, compreendendo-o como um ritual coletivo que mobiliza arquétipos universais e organiza a experiência emocional do povo brasileiro. O jogo, para ele, encarna a alteridade por meio da tensão entre opostos ; vitória e derrota, emoção e razão, competição e frustração equilibrada pelos arquétipos matriarcal, ligado à paixão e à sensualidade, e patriarcal, associado às regras e à ordem. O estádio, o campo e a torcida configuram mandalas simbólicas que sustentam a vivência coletiva, enquanto o gol expressa simbolicamente um processo de morte e renascimento psíquico. Embora a violência das torcidas revele distorções, elas também podem ser vistas como comunidades identitárias com potencial de integração social. Assim, Byington interpreta o fascínio mundial pelo futebol como expressão de um mito contemporâneo capaz de promover alteridade criativa e democrática no contexto da globalização.