
James Hillman explora a relação complexa e frequentemente negligenciada entre a psicologia e a deusa Afrodite/Vênus, argumentando que a beleza e a justiça são princípios fundamentais para a compreensão da alma humana. A autora critica a psicologia ocidental e a filosofia cristianizada por trivializarem Afrodite e separarem a ética da estética, resultando em uma visão incompleta da psique. Utilizando mitos como o de Amor e Psiquê, o trabalho investiga a relação de Afrodite com figuras como Nêmesis e as Horae (Justiça, Boa Ordem e Paz) para argumentar que a beleza está intrinsecamente ligada ao conceito de kosmos, ou seja, ordem e decência. O autor invoca a deusa e discute como a capacidade de Psiquê de acessar o sublime e a mortalidade complementa a natureza imortal de Vênus, propondo uma psicologia mais sensível à confusão e intensidade da beleza.