
“Você tem que estar bem para o João Pedro ficar bem”, ouviu Mariana aos vinte e quatro semanas de gestação, ao descobrir um câncer de mama triplo negativo ; um tipo particularmente agressivo.
De repente, ela precisou cuidar da própria vida e da vida que crescia dentro dela. Fez a mastectomia grávida: uma decisão guiada pela graça, mas também pelo medo de entrar em trabalho de parto. Apesar da seriedade da doença, Mariana viveu a gravidez com alegria — o seu bebê era um presente da vida.
Ela conta aqui sobre o puerpério que veio junto com o tratamento, a impossibilidade de amamentar, e o vínculo com o filho que nasceu no olhar, dando a mamadeira.
Num país onde a pressão social para amamentar é grande, vale lembrar: cada mãe, junto com o filho, encontra seu próprio jeito de cuidar, de criar o vínculo, de amar.
Com Mariana, falamos sobre a doença que a fez repensar o corpo, o tempo e o trabalho; sobre a recidiva; e sobre a dimensão espiritual que sustenta a sua vida.
Obrigada, Mariana, por nos lembrar, neste Outubro Rosa, que o cuidado com o corpo também é um ato de amor e que toda cura começa pelo vínculo que criamos com a vida.
Gravamos a distância entre Belo Horizonte e São Paulo.