
Parece que estamos falando da mesma coisa, mas são estados totalmente diferentes!
A solidão pode ser considerada um estado de "desconexão", de ausência de vínculos e de sentido. Na psicologia, a solidão pode ser vista como um alerta, já que o Ser Humano é ser relacional e quando desconectado de vínculos significativos, sua saúde Integral é afetada.
Aqui já temos um ponto de atenção! Muitas pessoas confundem ou rejeitam a meditação por acharem que essa é uma prática solitária, uma prática que me afasta dos outros, por isso precisamos entender o conceito de SOLITUDE.
Solitude, diferente da solidão, é um estado de "conexão". Existe uma escolha de estar só, em recolhimento, para um tempo nutritivo. Existe na "solitude" um desejo de retornar a si mesmo, de se reconectar com sua interioridade, com um lugar mais profundo em si mesmo.
Existe na solitude um "Silêncio fértil", que na Tradição Cristã é conhecido como: DESERTO FECUNDO (lembre-se da passagem de Jesus no deserto) ou RETORNO AO CENTRO.
A solidão pode até ser uma porta de entrada para a solitude, porque a dor de estar só, pode ensinar a estar consigo de forma plena, a tomar gosto pela própria companhia e nela descobrir um companheiro sempre Presente, mas nem sempre Percebido.
Nesse quesito podemos dizer que a Meditação Cristã, diferente de outras Práticas de Meditação, não é um "Vazio", mas uma "Presença"!
Para finalizar essa primeira parte do tema, vou deixar uma frase do teólogo e psicólogo holandês, um grande contemplativo, Henri Nouwen:
"Solitude é o lugar onde se nasce o verdadeiro amor pelo outro, pois só ali deixamos de usar o outro como preenchimento do nosso vazio"