
O livro "Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos" de Nassim Nicholas Taleb introduz o conceito de antifragilidade, definido como o que é o oposto da fragilidade e da robustez. Enquanto um objeto frágil (como a Espada de Dâmocles) deseja tranquilidade e é prejudicado pela volatilidade, o antifrágil (como a Hidra) beneficia-se e prospera com a incerteza, os erros, o caos e os agentes estressores.A obra argumenta que grande parte do mundo moderno e estruturado, incluindo a economia, a política e a educação, tem se enfraquecido ao suprimir artificialmente a aleatoriedade (um processo chamado de "leito de Procusto"). Esta supressão gera fragilidade, muitas vezes manifestada como iatrogenia (danos causados por intervenções ingênuas).Visto que o mundo é dominado por Cisnes Negros (eventos raros e imprevisíveis de grande impacto), a estratégia mais eficaz é focar em detectar e mitigar a fragilidade, em vez de tentar prever o futuro.O mecanismo essencial para se tornar antifrágil é a opcionalidade, definida como "o direito, mas não a obrigação" de agir, que permite beneficiar-se da incerteza (tentativa e erro) com perdas limitadas. Uma aplicação prática desse conceito é a estratégia Barbell, que envolve manter uma combinação de alto risco (especulativo) e alta segurança (conservador), evitando a zona intermediária frágil.O livro também defende a Via Negativa, ou sabedoria subtrativa, que se concentra em saber o que evitar e eliminar (o que está errado) para melhorar o sistema.Finalmente, o autor estabelece a ética da antifragilidade em torno do princípio de "pele em jogo" (skin in the game). Isso significa que aqueles que tomam decisões devem assumir riscos pessoais pelas consequências de suas ações, impedindo a transferência de fragilidade (e o roubo de antifragilidade) para terceiros, como burocratas ou acadêmicos que não são afetados por seus próprios erros