
No capítulo 2 da Fenomenologia do Espírito, Hegel sai da “certeza sensível” e entra no mundo da percepção — aqui, o sujeito já não vê só o imediato, mas tenta organizar o mundo em coisas com propriedades. Parece simples: eu vejo uma mesa, digo que ela é sólida, marrom, de madeira. Mas Hegel destrói essa inocência: essas qualidades mudam conforme o olhar, o contexto, o que a torna uma mistura confusa entre unidade e multiplicidade.
O drama? A percepção quer agarrar a verdade, mas a coisa percebida já se desfaz em contradições. O sujeito tenta separar o que é dele e o que é da coisa, mas tudo é um jogo de espelhos — quem garante que a cor é da mesa e não do modo como eu a vejo? Resultado: o conhecimento humano é como montar um móvel sueco sem manual — cheio de peças e nada encaixa direito.
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