
Desde o início das nossas vidas que vivemos com o peso do falhar. Crescemos com um sentido de exigência e de obrigação, sob as expectativas do mundo que nos rodeia, dos nossos pais, da nossa família e da sociedade acerca do que somos ou deveríamos ser, do que temos ou deveríamos ter. Perante esta realidade, vamos condicionando a nossa essência, diminuindo a nossa luz, castrando a nossa individualidade, deixando que a ideia de falhar se apodere de nós. Em momentos desafiadores, que nos condicionam e pressionam, sentimo-nos muitas vezes a falhar, principalmente perante nós mesmos, e solicitam-nos um mudar da nossa perspectiva e do nosso conceito do que é a falha e o erro. Quando mergulhamos em nós, podemos compreender que falhar é quebrar uma estrutura que acreditávamos perfeita e sólida, e é isso que permite aceder ao que está para lá de tudo o que conhecíamos. Falhar é, na verdade, um caminho que nos permite revelar a nossa essência, que contém em si mesmo um conjunto extraordinário de oportunidades. Contudo, tal implica sabermos ser mais tolerantes connosco mesmos, sabermos cuidar de nós, dar-nos colo, responsabilizando-nos, é certo, pelo percurso, pelos actos e pelos resultados, mas largando culpas e colocando-nos no lugar certo das nossas vidas. Este é o tema que trago neste episódio do meu Podcast.