Elagabal Aurelius Keiser e Soraia Simões de Andrade
5 episodes
6 days ago
Vivemos tempos inquietantes em que a distração passou a ser dever cívico, e a atenção recurso natural escasso. O neoliberalismo já não necessita de grandes fogueiras para queimar livros incómodos ou obras de arte inconvenientes, basta-lhe incinerar o olhar de quem lhes poderia dar atenção. Entre tictocts, vídeos, e posts, vendemos a alma a pequenas prestações de foco, mesmerizados pela alucinação interactiva que configura nova forma de trabalho incessante, para animar as redes tecno-feudais. São os tempos da plataformização totalitária da vida, em que o capitalismo colonizou o tempo “livre”, e neste surge outra morte da arte, diluída em excesso de likes do olhar utilitário ou curioso, mas superficial. Demorar numa obra pode ser hoje novo acto de rebelião.
Bibliografia:
Walter Benjamin - A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica
Jakub Marek - The Impatient Gaze: On the Phenomenon of Scrolling in the Age of Boredom
Bernard Stiegler - La société automatique
Franco Berardi - The Soul at Work e Futurabilidade
McKenzie Wark - Raving
Conversas anartísticas e profundamente comprometidas com os estados dos espíritos
ou
Um espaço de crítica livre sobre os infortúnios da história cultural e das artes com Elagabal Aurelius Keiser e Soraia Simões de Andrade com indicativo sonoro de Xana (Imagem do podcast sob Agathos Daimon, pintura de Elagabal Aurelius Keiser).
Para quem nos quiser continuar a enviar eventuais perguntas, comentários ou sugestões:
podcastintemperie@gmail.com
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Vivemos tempos inquietantes em que a distração passou a ser dever cívico, e a atenção recurso natural escasso. O neoliberalismo já não necessita de grandes fogueiras para queimar livros incómodos ou obras de arte inconvenientes, basta-lhe incinerar o olhar de quem lhes poderia dar atenção. Entre tictocts, vídeos, e posts, vendemos a alma a pequenas prestações de foco, mesmerizados pela alucinação interactiva que configura nova forma de trabalho incessante, para animar as redes tecno-feudais. São os tempos da plataformização totalitária da vida, em que o capitalismo colonizou o tempo “livre”, e neste surge outra morte da arte, diluída em excesso de likes do olhar utilitário ou curioso, mas superficial. Demorar numa obra pode ser hoje novo acto de rebelião.
Bibliografia:
Walter Benjamin - A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica
Jakub Marek - The Impatient Gaze: On the Phenomenon of Scrolling in the Age of Boredom
Bernard Stiegler - La société automatique
Franco Berardi - The Soul at Work e Futurabilidade
McKenzie Wark - Raving
Conversas anartísticas e profundamente comprometidas com os estados dos espíritos
ou
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EP 4 - Política da Arte em vez de Arte política: outro dos aspectos da morte da arte
Intempérie
1 hour 2 minutes
2 months ago
EP 4 - Política da Arte em vez de Arte política: outro dos aspectos da morte da arte
Inspirados pela “Carta a D’Alembert sobre os espectáculos” de Rousseau, tentamos explorar outro vector da morte da Arte, a sua instrumentalização enquanto parte da política de entretenimento que nos quer passivos a salivar perante o espectáculo da liberdade, da democracia e da suposta abundância. Método ancestral de nos reduzir à função de focas amestradas que batem palmas ou assinam em cruz um cheque em branco às elites políticas.
Conversas anartísticas e profundamente comprometidas com os estados dos espíritos
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Um espaço de crítica livre sobre os infortúnios da história cultural e das artes com Elagabal Aurelius Keiser e Soraia Simões de Andrade com indicativo sonoro de Xana (Imagem do podcast sob Agathos Daimon, pintura de Elagabal Aurelius Keiser).
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Intempérie
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