
Autor: Luiz Flávio
“De graça recebestes, de graça deveis dar” Mt10, 8
Estas forma as palavras de Jesus ao enviar os apóstolos a anunciar o Reino dos Céus, que está próximo.
O que receberam os apóstolos de graça, senão a experiência de Cristo, enviado do Pai, o apóstolo por excelência, o Amor em pessoa. E o que significa isso se não receber a salvação que estava por realizar por toda a humanidade. Este é o cerne da experiência e do anúncio de que o Reino dos Céus está próximo e está presente, se faz presente em Cristo.
Basta lembrar como conhecemos a Cristo, como e quando fomos profundamente amados e perceberemos foi por iniciativa dEle ou de outro e sem interesse, sem nada precisar em troca, apenas muito recebi e quase sempre nos gerou uma vontade enorme de retribuir ou dar também a outros.
Em tudo Deus é gratuito. Gratuitamente nos criou. Gratuitamente nos amou. Gratuitamente não nos abandonou às consequências do pecado e nos salvou. Gratuitamente se encarnou e entregou seu Filho por amor a nós. Em tudo Deus é gratuito, pois Deus é Amor e o amor é gratuito.
Experimentar e compreender a caridade é deixar-se penetrar por essa graça, que de graça se dá, de tal forma que amamos tudo e todos gratuitamente tal como Deus nos ama e quer amar em nós.
Jesus, após reunir os apóstolos, mostra-lhes esse amor próprio do Seu coração, os envia para anunciar o Reino com essa orientação clara: “De graça recebestes, de graça deveis dar.” E assim fizeram os apóstolos, transmitiram o que viram, ouviram e experimentaram de graça, a todos, ao máximo que puderam, sem reservas, sem outros interesses se não de compartilhar o maior bem que receberam: a salvação em Cristo.
Conscientes de que o Reino é dom sabem que não depende somente deles e do quanto possam e mereçam, não se detém em suas limitações e fraquezas mas permitem que Cristo conceda e realize através deles, através dos dons e talentos que Deus lhes deu, pra variar, gratuitamente.
Assim também o membro do Regnum Christi que vive essa experiência com Cristo se sente impelido por seu profundo e gratuito amor a dar-se generosamente em serviço a Deus e à humanidade, sem reservas, sem troca, sem interesse se não unicamente o de dar o que de graça lhe foi dado.