
Aos 14 anos, Aiana já entendia que a vida dela não podia ser pequena. Ela via a mãe saindo a pé para o trabalho para que sobrasse passagem de ônibus para a filha estudar. Via o pai — professor — resolvendo livros de matemática noite adentro, como se estudar fosse tão natural quanto respirar. Foi assim que ela aprendeu que, na casa dela, conhecimento não era opção. Era sobrevivência.Valparaíso acordava cedo. Ela acordava mais cedo ainda. Cinco da manhã. Escola técnica o dia inteiro. Ônibus lotado. O corpo cansava, mas a mente não descansava jamais — porque, enquanto todo mundo sonhava em passar na UnB, ela começava a cogitar outro caminho: resolver primeiro a estabilidade, para depois escolher o resto da vida com liberdade. O primeiro grande baque não veio da prova — veio da espera. Ela já tinha passado, mas a ligação não vinha. Onze meses trabalhando como operadora de caixa em supermercado, escutando comentários cruéis do tipo “se tivesse passado mesmo, não estava aqui”. E ainda assim… ela continuava estudando no ônibus. Em pé. No horário de almoço. Com caderno apoiado no caixa, se fosse preciso.Até que, numa sexta-feira, ela decidiu: “Acabou, não vou mais esperar esse TST.” E na terça seguinte… acordou nomeada no Diário Oficial da União.Aos 18 anos.Enquanto muita gente ainda tenta descobrir o que quer da vida — ela se tornou servidora do Tribunal Superior do Trabalho antes mesmo de ter diploma.Essa é a história de quem não tinha tempo para sonhar depois — e transformou o agora na única opção possível.Hoje, sentada como Analista da Câmara dos Deputados, em Brasília... ela prova que não foi sorte.Foi decisão.Foi resistência.Foi fé aplicada em ação diária.E é por isso que a aluna Gran Aiana Rocha está hoje aqui no Imparável.