Aos 91 anos, Dona Margarida realizou um sonho que parecia ter ficado no passado: lançou seu primeiro disco, assinado com o nome artístico que um dia sonhou carregar, Maria Piedade.
O que foi interrompido pelas imposições de uma época, renasceu agora pelas mãos de seus filhos e netos, que transformaram sua história em música e memória.
Desde pequena, Margarida cantava na igreja e em programas de calouros das rádios do interior, chegando a dividir bastidores com Ângela Maria e Carlos Galhardo.
Em São Paulo, foi eleita “estrela do quarto centenário” da Rádio Nacional entre centenas de candidatos. Parecia o início de uma carreira promissora. Mas o pai a alertou sobre os riscos do ambiente artístico, e um locutor lhe disse que, para vencer, seria preciso “ceder”.
Margarida não aceitou esse destino, então decidiu deixar os palcos, voltar para Itapetininga, reatar o namoro com seu ex-companheiro e se dedicar à família.
Virou professora de música, mas logo a maternidade ocupou seu tempo. Só que a música nunca saiu de sua vida porque ela a apresentou para os filhos e netos, que se tornariam músicos também.
Inclusive, foi deles a ideia de resgatar as canções que ela entoava nas rádios e gravar um álbum em sua homenagem.
Quando o disco chegou à rádio e à igreja de Avaré, cidade onde a família mora, Dona Margarida se emocionou ao ouvir pessoas comentarem: “Margarida, ouvi seu CD!”.
Entre as faixas, está “Menino Grande”, música que dedicava ao marido. Inspirado, o filho Juca compôs também “Meu Menino Grande”, celebrando o amor dos pais.
Hoje, aos 91 anos, Maria Piedade deixa para sua família e para o mundo um registro eterno. Um disco que carrega não só as músicas, mas a prova de que sonhos podem adormecer, mas nunca desaparecem.
Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5
Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia