Home
Categories
EXPLORE
True Crime
Comedy
Business
Society & Culture
Sports
Technology
History
About Us
Contact Us
Copyright
© 2024 PodJoint
00:00 / 00:00
Sign in

or

Don't have an account?
Sign up
Forgot password
https://is1-ssl.mzstatic.com/image/thumb/Podcasts211/v4/73/00/c8/7300c819-ec27-097f-adb9-09e70783e9c4/mza_62990577354826226.jpg/600x600bb.jpg
Histórias de ter.a.pia
ter.a.pia
228 episodes
1 day ago
Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar.
Show more...
Documentary
Society & Culture
RSS
All content for Histórias de ter.a.pia is the property of ter.a.pia and is served directly from their servers with no modification, redirects, or rehosting. The podcast is not affiliated with or endorsed by Podjoint in any way.
Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar.
Show more...
Documentary
Society & Culture
https://d3t3ozftmdmh3i.cloudfront.net/staging/podcast_uploaded_episode/14989090/14989090-1751546203901-eb6c30a15eaef.jpg
O Alzheimer fez eu me aproximar da minha mãe
Histórias de ter.a.pia
10 minutes 55 seconds
4 months ago
O Alzheimer fez eu me aproximar da minha mãe


O Alzheimer fez a Cláudia se aproximar da mãe, com ela tinha uma relação muito complexa.

Cláudia passou 63 anos sob o mesmo teto que a mãe, unidas quase só pela rotina. A infância foi dura: a mãe, criada num quintal onde havia até uma “cela” de castigo, reproduziu a rigidez que aprendera.

Quando o irmão preferido morreu, aos 14 anos, Cláudia carregou a sensação de ser a filha “errada”. Mesmo adulta, não saiu de casa: o cuidado permaneceu, mas o afeto nunca chegou por parte da sua mãe.

Já com a mãe idosa e uma relação distante, vieram os pequenos esquecimentos: despedidas repetidas, panelas queimadas, noites em claro. Quando foram procurar um médico, o diagnóstico de Alzheimer fez Cláudia perguntar se a mãe acabaria esquecendo dela. Ali nasceu a urgência de reconstruir um vínculo que nunca existiu.

A doença levou a mãe de volta a um tempo em que procurava a “Cláudia criança”. Para acalmá-la, a filha aprendeu a linguagem do toque e da música: mãos no rosto, olhos nos olhos, canções antigas.

Foi nesse espaço que, pela primeira vez, Cláudia ouviu “eu te amo” de quem nunca soube demonstrar amor. Secar louça dançando virou um ritual para as duas, e esses momentos foram parar na internet, no canal “O Bom do Alzheimer”, porque foi a partir da doença que veio a leveza entre elas.

Hoje, aos 90, a mãe fala pouco e depende de tudo. Os banhos antes cheios de gritos agora acontecem em silêncio, não por compreensão, mas pela progressão do Alzheimer. Cláudia encara cada dia como um ensaio para a despedida lenta, sem perder a ternura que finalmente brotou daquela relação entre mãe e filha.

Nas palestras e no livro que escreveu, ela repete o alerta: mudanças bruscas de comportamento não são “coisa da idade”. O Brasil esta envelhecendo, e reconhecer cedo sinais como esquecimento constante faz diferença. Foi assim que Cláudia transformou um diagnóstico em oportunidade de amor, mesmo que tardio.

Aproveitando, o Alzheimer não trouxe nenhum castigo divino; mas trouxe a chance de, antes do esquecimento completo, lembrar que ainda era possível dizer: mãe, eu estou aqui.

O livro da Cláudia "O Bom do Alzheimer" você compra aqui: https://amzn.to/3G9scPg

Foto da capa: Estadão

Histórias de ter.a.pia
Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar.