
Hoje a nossa conversa é sobre inteligência artificial e seus impactos — e impasses — na criação artística.
Nos últimos três ou quatro anos, vimos um avanço significativo no uso de inteligência artificial para gerar textos, imagens, músicas e vídeos. A IA passou de uma curiosidade técnica para uma ferramenta de criação cada vez mais acessível — e também mais polêmica.
Um dos casos mais comentados recentemente envolveu o uso de IA para criar imagens no estilo dos filmes do Estúdio Ghibli. Após uma atualização do ChatGPT, usuários começaram a gerar imagens que imitavam a estética das animações produzidas pelo Studio Ghibli, criador de A Viagem de Chihiro e Meu Amigo Totoro.
A polêmica surgiu porque o próprio estúdio nunca autorizou o uso de seu estilo em bancos de dados de IA, nem contribuiu com material para treinamento de algoritmos.
Miyazaki, o criador do Studio, inclusive, já se manifestou publicamente no passado contra a criação de arte por inteligência artificial, dizendo, em uma entrevista famosa, que considera essa prática uma “insulto à vida”.
Esse episódio levantou discussões importantes sobre ética, autoria, originalidade, consentimento e o limite entre homenagem e cópia.
A partir de quando o uso da IA passa a ser uma forma de exploração do trabalho alheio?
O que o uso cada vez mais disseminado da IA para criar textos, imagens, músicas muda na forma como a gente entende a arte e a autoria?