
Dados de uma pesquisa internacional mostraram que 50% das mulheres no mundo sofreram ao menos uma situação de violência doméstica, sempre com alguém de núcleo próximo ou familiar, ao longo da vida
Maria da Penha Maia Fernandes é mulher, farmacêutica, brasileira e lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Maria da Penha tem três filhas e hoje é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, vítima emblemática da violência doméstica.
Em 1983 , seu marido, o economista e professor universitário Marco Antonio Heredia Viveros, tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez atirou simulando um assalto, na segunda tentou eletrocutá-la enquanto ela tomava banho. Por conta das agressões sofridas, Penha ficou paraplégica. Dezenove anos depois, seu agressor foi condenado somente no mês de outubro de 2002, quando faltavam apenas seis meses para a prescrição do crime. Heredia foi preso e cumpriu apenas dois anos (um terço) da pena a que fora condenado. Foi solto em 2004 estando hoje livre.
A aprovação da Lei Maria da Penha, em 7 agosto de 2006, trouxe à tona à toda a sociedade o tema da violência doméstica. Resultado de diversas pressões sociais internas e externas ao país, tal lei é a primeira, no Brasil, que reúne aspectos civis, processuais e penais de modo a combater a prática de violência perpretrada por familiares ou por quem tem relações de intimidade às mulheres.
Um X vermelho de batom estampado na palma da mão, um botão de pânico num aplicativo de loja online de eletroeletrônicos e até um vídeo fake de automaquiagem que, na prática, orienta a fazer denúncias. Por meio de formas inusitadas como essas, governo, empresas e organizações da sociedade civil se mobilizam para ajudar a mulher a buscar socorro em caso de violência doméstica nesses tempos de pandemia do coronavírus. Isolada dentro de casa e, na maioria das vezes, tendo de conviver com o agressor, um número crescente de brasileiras está sendo vítima de abuso doméstico na quarentena.
No Brasil uma mulher é agredida a cada 4 minutos e acontecem 13 feminicídios por dia.
Nesse episódio conversamos com a Jeniffer Dayane, bacharel em direito e líder no projeto Justiceiras que oferece apoio jurídico, psicológico e assistencial p/ mulheres vítimas de violência doméstica.
O projeto justiceiras já atendeu 1.567 vítimas de violência doméstica e possui 3.300 voluntárias cadastradas, sendo hoje referência no atendimento, acolhimento e busca de espaço de discussão para esse assunto na mídia.