As vitórias de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil e Gustavo Petro na Colômbia no ano passado reacenderam o debate sobre a volta da esquerda ao poder na América Latina e a grande pergunta era se a região estava vivendo uma nova Onda Rosa, semelhante ao que ocorreu nos anos 2000. No entanto, muitas turbulências ocorreram desde aquelas vitórias e os governos de esquerda enfrentam desafios muito diferentes daqueles vividos anteriormente.
Nos anos 2000, a questão econômica e a decepção com governos de centro que não conseguiram cumprir promessas feitas levou ao fenômeno conhecido como Onda Rosa. Agora, o ponto central está no processo político dos países. A polarização e a ascensão da extrema direita - que, aliás, é um fenômeno global -, juntamente com as ameaças à democracia, levaram a esquerda de volta ao poder nesses países.
O exemplo mais recente disso é a Guatemala, onde o progressista Bernardo Arévalo venceu as eleições presidenciais desafiando o establishment.
A Argentina, no entanto, está às vésperas de uma nova eleição presidencial e viu o candidato da extrema direita Javier Milei ser o mais votado nas primárias de agosto.
Por isso, é preciso fugir do clichê que por vezes vemos e ouvimos sobre esses governos de esquerda, tentando entender o que mudou de 2000 para cá no universo político. Essa é a ideia deste podcast. O Esquerda Volver traça um cenário dos diferentes aspectos desses novos governos de esquerda na América Latina e leva para vocês um pouco do que pode ocorrer daqui para frente.
A esquerda - seja ela com os mesmos atores do passado, como Lula, ou com novos atores, como Gabriel Boric no Chile - chegou ao poder em outro contexto econômico, num cenário de pós-pandemia e com o desafio de governar em países polarizados.
Para entender tudo isso é preciso, primeiro, entender o que foi a Onda Rosa dos anos 2000. E é isso que trazemos no primeiro episódio da série: Nova Onda Rosa?
Esquerda Volver é apresentado pela voz da Fernanda Simas e produzido por Headline em parceria com Fernanda Simas.