Casa-Grande e Senzala são dois termos icônicos. Eles nos remetem, de início, à dicotomia entre os dois marcantes cenários da época da escravidão, representando os contextos do branco escravagista e do negro escravizado. O célebre sociólogo, político e escritor brasileiro, Gilberto Freyre (1900-1987), escreveu em 1933, a obra que explora a formação social e cultural do Brasil colonial, sobretudo a relação entre senhores e escravos, e que tem o título "Casa-Grande & Senzala".Tais estereótipos, mesmo depois da abolição da escravatura (1888), passados 137 anos, permanecem vivos em muitos cenários sociais, refletindo os comportamentos de quem manda e de quem obedece, refratários aos ideais de plena democracia e liberdade, assim como de equidade entre os indivíduos.Como será que o Espiritismo vê a repetição destes padrões, na sociedade? E ele mesmo, o Espiritismo, representado pelo meio espírita, repete tais condicionamentos? Em outras palavras, quem são a "Casa-Grande" e a "Senzala" entre os espíritas, considerando grupos e instituições?A proposta desta live, que recebe o cientista social Marcio Sales Saraiva (RJ), recentemente doutorado em psicossociologia (UFRJ) é a análise da dialética entre a Casa-Grande e a Senzala, assim como a reflexão sobre os (possíveis) caminhos para a efetiva emancipação espírita. Nos debates, Marcus Vinícius de Azevedo Braga (DF), doutor em políticas públicas, estratégia e desenvolvimento (UFRJ) e, na mediação, Marcelo Henrique (SC), doutorando em administração (UFSC).Certeza de um debate polissêmico, alteritário, plural e, ao mesmo tempo, conciliatório na medida em que se possibilita a harmonização entre distintas concepções filosóficas e científicas, assim como interpretações possíveis em relação ao kardecismo - teoria e prática espíritas - possibilitando ao público a reflexão sobre as realidades social e espírita.