
Rosa explora territórios onde diferentes sistemas normativos colidem, mostrando Riobaldo navegando entre códigos de honra, lealdade e conhecimento da terra em um sertão que não vive em anomia, mas sob regras complexas baseadas em pactos locais e experiências concretas que questionam a universalidade de legalidades impostas de cima para baixo. A constante dúvida sobre existência do diabo espelha incerteza mais profunda sobre bem e mal em espaços onde categorias jurídicas tradicionais perdem sentido, revelando como diferentes comunidades podem desenvolver formas legítimas de regulação social - uma reflexão fundamental para repensar como direito brasileiro pode dialogar com sabedorias tradicionais ao invés de simplesmente substituí-las, reconhecendo pluralidade normativa como riqueza cultural e não como obstáculo à modernização.