
Faulkner desnuda como sistemas de justiça podem funcionar não para proteger vítimas, mas para preservar hierarquias sociais, mostrando Temple Drake sofrendo violência sexual enquanto o aparato judiciário protege os poderosos e culpabiliza os vulneráveis através de mecanismos que mantêm aparência de legalidade. A obra revela como privilégios de classe, raça e gênero operam dentro de instituições jurídicas, determinando quem merece proteção legal e quem pode ser sacrificado para manter o status quo, expondo a falácia da neutralidade judicial e questionando como vieses sistêmicos transformam tribunais em instrumentos de perpetuação de opressões - uma crítica que ressoa diretamente com debates contemporâneos sobre acesso à justiça e aplicação seletiva da lei no sistema judiciário brasileiro.