
Roland Gunst aka John K. Cobra (seu pseudónimo artístico) nasceu na cidade de Boma, no Congo, em 1977, no seio de uma família bi-cultural, filho de pai belga e mãe congolesa. Diz-nos neste episódio que, quem quer que conheça, se adapta sempre à pessoa com quem está a interagir. Esse modo de funcionar, como lhe chama, parece emergir das experiências que teve durante a primeira infância no Congo, sem dúvida, mas também daqueles tempos difíceis que viveu quando se mudou com a família para a Bélgica, era Roland pré-adolescente. Neste contexto, a arte foi muitas coisas para Roland Gunst, mas começou sobretudo por ser uma âncora e uma terapia, um modo de projetar e reelaborar estas recordações magoadas da juventude.
Ao criticar o colonialismo, o imperialismo e o capitalismo, o trabalho de John K. Cobra desafia as relações entre poder e silêncio, opressão e resistência, entre trauma e testemunho. Foi o caso de “Trans-arquitetura”, o nome comum às instalações que criou para a exposição Europa Oxalá. Sobre tudo isto e muito mais, fala-nos hoje no mais recente episódio do “Em Memória da Memória”.
A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio Carvalho. A voz de Roland Gunst é dobrada por Júlio Gomes. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.
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