
Nazaré, 28 de abril de 2023
A imagem coletiva da nossa terra começou a ser construída há mais de um século, mas é indubitável que o cinema muito contribuiu para que a Nazaré se tenha tornado numa referência turística nacional e internacional. Confesso que me emociono cada vez que o filme “Nazaré”, de 1952, da autoria de Manuel Guimarães, com Artur Semedo passa na RTP Memória. Mas mais notável, ainda, é “Maria do Mar”, de Leitão de Barros, de 1930, um hino ao cinema mudo português e que tive a felicidade de assistir, há uns largos anos, no Teatro José Lúcio da Silva, musicado pelo pianista Bernardo Sassetti e pela Orquestra Filamornia das Beiras. Um filme-concerto que só tenho pena de nunca ter sido exibido no nosso Cine-teatro. Merecia ter acontecido e com repetições ao longo de vários dias, porque a nossa população merece. A sétima arte é um espaço único para difundir a arte, mas também para promover marcas ou territórios e, nessa medida, temos muito a agradecer a quem, há tantas décadas, por aqui andou a reproduzir em película a nossa identidade, a nossa cultura, as nossas gentes. Confesso que ainda não vi o documentário sobre a onda gigante que passa na HBO, que deve estar espetacular e muitos turistas traz à nossa terra, mas nunca será demais relembrar que a Nazaré já é reconhecida nacional e internacionalmente há muitas décadas.