
"O terreiro nunca saiu de nós, pois o terreiro é África. Para nós, o ritual / o culto, é que dá origem à cultura. Se não houvesse um culto, não haveria uma cultura tão bem sedimentada como nós temos a cultura africana aqui no Brasil; e o responsável por tudo isso foi o Candomblé.” Disse Mateus Aleluia enquanto batucava seu violão em uma entrevista.
Religiões ritualísticas, politeístas e de adoração à natureza sofrem na história, na pele e na vida, perseguição e preconceito desde a imposição ocidental cristã. E uma religião ritualística de adoração à natureza praticada por negros e negras? O encontro da intolerância religiosa com o racismo é brutal; tornando o Candomblé alvo de preconceito, perseguição e destruição. Mas ele persiste em sua mais pura essência e beleza, assim como a natureza.
Abrir-se para conhecer o Candomblé é oportunidade de conhecer a história de formação de nosso país, a que não foi contada em livros, mas que resiste oralmente e ritualisticamente. É conectar-se a uma força ancestral arrebatadora, que atravessa como mar, firma como pedreira e esbraveja iluminando como trovão.
Esta história foi incrivelmente contada neste episódio, sendo tecida por diversos temas que a estruturam, como a chegada das primeiras nações e suas diferenças, o culto aos orixás, o racismo religioso e a oportunidade de presenciar um estado de rezo e benção que todos recebemos no fim desta aula~oração por Marcelo Barros.
Marcelo Barros é candomblecista, pesquisador de religiosidade de cunho espiritualista, principalmente as de matrizes africanas, jurista e servidor publico formado em direito e conselheiro titular do conselho estadual de povos de terreiro e comunidades tradicionais na Bahia. {Contato: @omarcelobarros}
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