No episódio, a professora Ana Frazão entrevista Gustavo Henrique Moraes, Pesquisador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC), Doutor em Educação pela UnB e Pós-Doutor em Educação pela Universidade de Stanford. Na conversa, o professor Gustavo explica as razões pelas quais o acesso à educação não gera necessariamente mobilidade social ou pelo menos a mobilidade que seria esperada. Nesse sentido, é abordado estudo em conjunto com Guilherme Lichand, Maria Eduarda Perpétuo e Priscila Soares, nos quais os autores quantificaram uma espantosa diferença mesmo entre os que concluem a faculdade: os 90% mais pobres ganham apenas metade do que ganham os 10% mais ricos. O professor Gustavo procura explicar os resultados, fazendo conexões com o recente livro de Michael França e Fillipi Nascimento (“A loteria do nascimento”), no qual abordam que os filhos dos mais pobres podem terminar a universidade mas não alcançam os filhos dos ricos.
Na segunda parte da conversa, o professor Gustavo mostra a importância da Educação Profissional e Técnica para criar maior desenvolvimento econômico e mobilidade social, explicando o atual cenário da EPT no Brasil em termos de qualidade e impacto proporcional na formação dos jovens. Dentre os tópicos abordados estão o peso da questão cultural em um país como o Brasil, que ainda cultua o diploma e divide as profissões entre as de rico e a de pobre, os desafios da EPT na atual geração, em que ser “CLT” virou xingamento e a ansiedade – em todos os campos da vida, mas sobretudo no profissional – se tornou uma marca. Apesar das dificuldades, o professor Gustavo conclui que a EPT, se bem executada, é uma forma de alterar nosso contrato social, embora isso exija uma longa agenda.