Publicada no 60.º aniversário da Gravissimum educationis, a Carta Apostólica “Desenhar Novos Mapas de Esperança”propõe um roteiro para a educação católica num mundo marcado por complexidade, fragmentação e digitalização. À luz da promessa «Eis que faço novas todas as coisas» (Ap 21,5), convida a regenerar o Evangelho em cada geração, articulando memória e profecia para enfrentar as urgências atuais.
A carta reconhece a Gravissimum educationis como bússola que orientou uma vasta rede de escolas e universidades, gerando um “património espiritual e pedagógico” de alcance global. Esse legado é chamado a um compromisso renovado perante fraturas contemporâneas: milhões de crianças sem escolarização primária, crises humanitárias por guerras e migrações, múltiplas pobrezas que ferem a dignidade e bloqueiam o desenvolvimento. A resposta eclesial não é improvisada: aprofunda a sua tradição educativa e os seus princípios fecundos.
Entre esses princípios, sobressai a educação como obra coral: um esforço comunitário que envolve professores, alunos, famílias e sociedade civil, tecendo relações e construindo pontes. No centro está a pessoa inteira — espiritual, intelectual, afetiva e corporal — com a sua vocação única, recusando reduções a “perfis de competências”. Outro pilar é a harmonia entre fé e razão, inspirada por Newman e sintonizada com o apelo de São Francisco de Sales: unir fides e ratio sem separar coração e consciência. Finalmente, educar é um ato de esperança: um “ofício de promessas” que transmite tempo, confiança e competência, comprometendo-se com justiça e misericórdia, coragem da verdade e consolação.
Aplicados ao presente, estes princípios pedem discernimento: perante tecnologia e inteligência artificial, o decisivo não é a ferramenta, mas o uso; importa governá-la por critérios de justiça, participação e inclusão, evitando um “eficientismo sem alma” e empobrecimento espiritual. Diante da crise ecológica e da desigualdade, urge uma educação desarmada e desarmante, capaz de formar consciências que aprendam “a linguagem da misericórdia e da justiça reconciliada”, resistindo à cultura da violência e do desperdício. O universo educativo católico é descrito como constelação, não arquipélago: diferenças que se enriquecem numa coreografia comum, dinâmica e centrada na pessoa.
A visão de futuro organiza-se em torno do Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco, que propõe sete percursos: 1) colocar a pessoa no centro; 2) escutar a voz das crianças e jovens; 3) promover a plena participação da mulher; 4) reconhecer a família como primeiro educador; 5) abrir-se à inclusão e acolher os mais vulneráveis; 6) renovar economia e política ao serviço do bem comum; 7) cuidar da casa comum.
A conclusão é um apelo vibrante a toda a comunidade educativa: “desarmar as palavras”, “levantar o olhar” e desenhar “novos mapas de esperança” sem nostalgia. O caminho não é refúgio no passado, mas laboratório de discernimento, inovação pedagógica e testemunho fiel, vivido em rede e orientado pela esperança cristã. Confiado à Virgem Maria, o compromisso educativo surge como um dos atos mais profundos de confiança na humanidade e no Evangelho que a recria.
O documento, intitulado Exortação Apostólica “Dilexi te”, é uma reflexão teológica e social do Santo Padre, Leão XIV, sobre o amor e o cuidado da Igreja para com os pobres. A Exortação foi assumida por Leão XIV como herança do Papa Francisco, que a estava a preparar, e nela se argumenta que o amor a Cristo está intrinsecamente ligado ao amor e serviço aos mais vulneráveis. O texto estabelece o princípio da opção preferencial pelos pobres na Sagrada Escritura e na Tradição eclesial, citando exemplos de santos, ordens religiosas e o Magistério da Doutrina Social da Igreja para ilustrar como a Igreja sempre procurou aliviar as necessidades dos marginalizados, denunciando as estruturas de pecado que geram pobreza. A Exortação conclui que a missão mais profunda da Igreja se cumpre ao inclinar-se para servir e libertar os últimos da sociedade, vendo neles o próprio Cristo.
Resumo "gerado" no NotebookLM.google.
8 - E a Palavra continua a encarnar - Conclusão
7 - E a Palavra continua a encarnar - Discernimento como Opção Fundamental na Práxis Eclesial
6 - E a Palavra continua a encarnar - Identidade e Método da Teologia Prática
5 - E a Palavra continua a encarnar - A Igreja e os Sinais dos Tempos
4 - E a Palavra continua a encarnar - Evolução Histórica da Teologia Pastoral
1 - E a Palavra continua a encarnar - visão geral
3 - E a Palavra continua a encarnar - Pastoral, Revelação e Mediologia
2 - E a Palavra continua a encarnar, Introdução
Resumo da conferência (até 3900 caracteres com espaços)
Vivemos submersos num ruído digital que desafia a atenção e a interioridade. Esta conferência, inserida no projeto educativo “A Escola que Queremos” das Irmãs Doroteias, propõe uma pedagogia da escuta como resposta a este desafio contemporâneo. Para isso, articula três pilares fundamentais: a sociedade em rede (Castells), a mediologia (Debray) e o conectivismo (Siemens).
1. A Sociedade em Rede: o contexto da escuta
No paradigma atual do informacionalismo, a informação substitui o carvão como motor da sociedade. Vivemos em redes digitais globais, onde tudo se conecta, mas nem sempre se comunica com profundidade. A atenção dá lugar ao clique; a escuta, ao scroll. Como lembra Castells, estas redes não são neutras — incluem, excluem e hierarquizam. A educação, neste contexto, deve capacitar os alunos para uma escuta crítica, ajudando-os a resistir à lógica da dispersão e a cultivar sentido.
2. A Mediologia de Régis Debray: transmitir no tempo
Debray distingue comunicar (espacial, efémera) de transmitir (temporal, cultural). A escola deve ser um lugar de transmissão: de conteúdos interiorizados, de símbolos encarnados, de heranças vividas. A mediologia destaca a importância dos meios — a escuta é mediada por ambientes, rituais, dispositivos.
Debray propõe dois conceitos-chave:
Matéria Organizada (MO): tecnologias, suportes, códigos.
Organização Materializada (OM): instituições, professores, comunidades.
A escola deve articular MO e OM para ser eficaz na transmissão. O digital não basta por si: sem projeto pedagógico e corpo docente coeso, não há herança possível. A escolha dos suportes também importa: o livro (grafosfera) estrutura o pensamento; o ecrã (videosfera) fragmenta-o.
A escola é, pois, território e guardiã de símbolos. Organiza sentidos, cria pertença e assegura continuidade cultural — algo que as redes digitais, por si sós, não garantem.
3. O Conectivismo de George Siemens: aprender em rede
Siemens propõe uma aprendizagem distribuída, participativa e situada em redes. O conhecimento já não reside apenas nos livros, mas na interação entre sujeitos, media e comunidades. Aprende-se a saber onde encontrar, como avaliar e com quem dialogar. A autoridade é relacional, não imposta.
Este paradigma sintoniza-se com a proposta das Irmãs Doroteias: formação centrada na pessoa, cidadania ativa e interioridade. Educar na rede, sem se dissolver nela, é hoje condição de transformação significativa.
4. Educar a escuta: do ruído à ressonância
Educar a escuta é formar sujeitos atentos, críticos, sensíveis e contemplativos. Não se trata apenas de atenção, mas de uma escuta integral: racional, sensível, espiritual e política. Em tempos de aceleração e fragmentação (Bauman, Lipovetsky), educar para a escuta é resistir à superficialidade e recentrar-se no essencial.
A escuta educativa assume três movimentos:
Educar a pergunta, antes da resposta.
Centrar-se na pessoa, mais que nos conteúdos.
Narrar a experiência como saber vivido e partilhado.
Neste sentido, a liturgia escolar (tempo, corpo, Mistério) é mediadora privilegiada da escuta:
Diacrónica: insere a vida numa história maior.
Sapiencial: devolve o ritmo e o sentido.
Tradicional: liga passado, presente e horizonte escatológico.
A escuta torna-se, assim, gesto fundante da educação, pois educar com o coração é escutar com profundidade.
Conclusão
A escola é chamada a ser instância de transmissão simbólica e cultural, não apenas de comunicação técnica. Deve usar a mediação digital para formar sujeitos enraizados, atentos, críticos, capazes de escutar e transformar. A Escola que Queremos é uma escola da escuta: espiritual, cultural, relacional. Porque só quem escuta com o coração poderá transformar o mundo com sentido.
Sermão retirado do canal Youtube "Manuel da Cruz"
https://youtu.be/Zax7TM4iIJU?si=ra73rXOilAixtzwA
O “Sermão da Quarta-Feira de Cinzas” foi proferido pelo Padre António Vieira, em Roma, na Igreja de S. António dos Portugueses, em 1672.
O “Sermão de Quarta-Feira de Cinzas” é uma das obras mais destacadas do Padre António Vieira (1608-1697), jesuíta português do século XVII, amplamente reconhecido pela sua notável eloquência e pela profundidade dos temas que abordava. Proferido num dos períodos litúrgicos mais relevantes para a Igreja Católica — a Quaresma, que se inicia precisamente na Quarta-Feira de Cinzas — este sermão espelha os valores centrais de um tempo de reflexão e penitência. Com o seu inconfundível estilo barroco, Vieira concilia erudição bíblica, apelos morais e metáforas incisivas para exortar os fiéis a uma conversão autêntica.
Resumo do Conteúdo
1. Contexto e tema central: Neste sermão, Vieira enfatiza a fragilidade da existência humana, recordando a efemeridade da vida e sublinhando a importância do arrependimento. A Quarta-Feira de Cinzas, que inaugura a Quaresma, surge como um período de recolhimento espiritual, em que os cristãos são desafiados a lembrar-se de que “do pó viemos e ao pó voltaremos”. Ao realçar a condição frágil do homem, Vieira desperta consciências para a futilidade das vaidades terrenas e para a premência de uma verdadeira conversão.
2. Os “irmãos” como destinatários: Com frequência, o padre dirige-se à congregação utilizando o termo “irmãos” (ou “caríssimos irmãos”), realçando a noção de comunidade unida pela mesma fé e responsabilidade cristã. No “Sermão de Quarta-Feira de Cinzas”, esses “irmãos” são todos os fiéis presentes e, por extensão, toda a humanidade. Vieira convida-os a uma mudança de vida e à reflexão, conscientes de partilharem uma mesma condição humana, débil e necessitada da graça de Deus.
3. Exortação à conversão: Através de exemplos bíblicos e metáforas, Vieira mostra como o apego às glórias mundanas é fútil e danoso para a alma. O pregador contrasta a transitoriedade do homem com a eternidade divina, sublinhando que a morte é a única certeza da existência humana e que, por conseguinte, urge preparar-se para o Juízo. A Quaresma — inaugurada pela Quarta-Feira de Cinzas — apresenta-se, assim, como uma oportunidade singular de transformação interior e de busca do perdão.
4. Estilo e recursos retóricos: Marcado pelo barroco, o sermão recorre frequentemente a imagens contrastantes (vida vs. morte, glória vs. pó, tempo vs. eternidade). Vieira faz uso do conceptismo, organizando argumentos de modo lógico e persuasivo, bem como do cultismo, empregando recursos de estilo e linguagem elaborada para intensificar o efeito estético e emocional.
Em suma, no “Sermão de Quarta-Feira de Cinzas”, o Padre António Vieira convoca os seus “irmãos” — ou seja, toda a comunidade cristã — a meditar na brevidade da vida, na ilusão dos bens materiais e na urgência de uma conversão genuína. Alicerçada na tradição católica e enquadrada no período litúrgico da Quaresma, esta mensagem continua a ser pertinente, pois desafia cada um a refletir no que verdadeiramente importa em meio às inquietações do mundo.
O sermão que estamos a ouvir foi lido por Luís Miguel Cintra, na Igreja de São Roque no dia 24 de Outubro de 2010. A gravação esteve a cargo de Joaquim Pinto,
Retirado e compilado do canal de Youtube “Do Tempo dos Sonhos” [https://www.youtube.com/@DoTempoDosSonhos]
Sinodalidade e Catequese
Evangelização no Digital:
Da Influência ao Testemunho
Conferência proferida no âmbito das jornadas de Teologia do Porto, subordinadas ao tema : «Ciberteologia e Inteligência Artificial. Desafios antropológicos, éticos e teológicos»
Igreja Diocesana: Lugar e Possibilidade de Comunhão em Cristo
Estar a intervenção que realizei na 3ª Assembleia Diocesana
da Arquidiocese de Braga, realizada no dia 30 de novembro de 2024, no Santuário de São bento da Porta Aberta, Terras de Bouro.
CONCLUSÃO (426-428)
Lido por Celine Ferreira Vale
Áudio-livro completo aqui: https://www.figueiredorodrigues.pt/diretorio-para-a-catequese-2020-audiobook/
CAPÍTULO XII
Os organismos ao serviço da catequese
1. A Santa Sé (409-410)
2. Os Sínodos dos Bispos ou os Conselho dos Hierarcas das Igrejas orientais (411)
3. A Conferência episcopal (412-415)
Lido por Ana Grasiela Fernandes Valentim da Costa
4. A diocese (416-425)
O Secretariado diocesano de catequese e as suas tarefas
- Análise da situação
- Coordenação da catequese
- Projeto diocesano de catequese
- Programa de ação
- Formação dos catequistas
Lido por Luís M. Figueiredo Rodrigues
Áudio-livro completo aqui: https://www.figueiredorodrigues.pt/diretorio-para-a-catequese-2020-audiobook/