
Na coluna desta quarta-feira, Atílio Bari comenta a nova montagem do espetáculo “A Máquina”, texto de João Falcão baseado no romance homônimo de Adriana Falcão, em cartaz no Teatroiquè até dezembro. A obra narra o romance entre os protagonistas Karina e Antônio. Ele, com peças que recolhe de um ferro-velho, constrói uma máquina capaz de viajar no tempo para buscar o futuro e trazer para a sua amada. “Antônio é mais um desses amantes que desafia o impossível em nome do amor”, Atílio define.
Na primeira versão, que foi aos palcos no ano 2000, a peça revelou os talentos, até então desconhecidos, de Lázaro Ramos, Vladimir Brichta e Wagner Moura, que convenceram o autor a revezar o papel do protagonista masculino entre quatro atores — incluindo seu sobrinho, Gustavo Falcão, que assina a codireção da nova montagem. Em 2025, o elenco é composto pelos atores do premiado coletivo Ocutá, contando com Alexandre Ammano, Bruno Rocha, Marcos Oli e Vitor Britto como os novos Antônios e Agnes Brichta — filha de Vladimir — intérprete de Karina.
A encenação da versão atual acontece em um palco giratório, nas palavras do colunista, “como uma espiral de consciência, desejo, emoções e fantasias”, que complementa o ritmo vertiginoso e alucinante da peça. “Impossível sair do espetáculo sem se emocionar com essa história ao mesmo tempo singela na essência e sofisticada na forma, poética, humana como ela só. Universal, e muito, muito brasileira”, ele conclui.
Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.
O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.