
A não reparação devida aos atingidos e atingidas e a falta de protagonismo da qual essas pessoas padecem no âmbito dos processos estão relacionadas a um processo complexo, que denominamos de captura corporativa, que acaba submetendo à lógica dos direitos humanos e o princípio da centralidade do sofrimento da vítima à lógica de mercado e aos interesses corporativos. Assim, há uma postura permissiva por parte dos Estados em relação à atuação das empresas, que pode ser até mesmo considerada como de verdadeira cumplicidade. Nesse episódio ouviremos testemunhos de uma liderança do MAB e atingida pelo desastre-crime de Mariana que esclarecem melhor essas dinâmicas da captura, que contribuem para um quadro de impunidade empresarial.