
O que o escritor peruano - prêmio Nobel de literatura em 2010 - Mario Vargas Llosa, a República de Santo Domingo e as irmãs Maribal têm em comum? Pode-se dizer que a convergência entre histórias feitas e a serem contadas em favor da memória coletiva sobre temas sociais é uma delas. E um tema social específico: o 25 de novembro como o dia internacional de luta pelo fim da violência contra a mulher. Em A festa do bode, Llosa relembra a crueldade de Trujillo (ditador na República Dominicana até 1961) e a resistência das irmãs Mirabal, assassinadas a mando do tirano em 25/11/60. Ficção e fatos históricos se misturam em um olhar de retorno, em uma narrativa feita sob o olhar de uma adulta jovem que retorna depois de viver fora e ter contato com outras culturas. O conflito entre passado e presente é um dos pontos fortes da história, mas a memória de tempos de crueldade contra os quais lutaram as irmãs mariposas ou borboletas deixa sua marca e nos faz entender a necessidade de ainda falar sobre isso com coragem no século XXI. Me acompanha nesse café? Nem sempre a história é bonita, mas nesse caso é muito necessária.