
Convite feito. Convite aceite. O crítico e programador da Cinemateca, Luís Miguel Oliveira, prepara a sua “Santa Trindade” como oferenda de uma paz cinéfila, e, ao mesmo tempo, sem harmonias nem consensos. Do meu lado, o cinema obsessivo a dar lugar ao cinema paranoico como resposta, dos autores à, realça o convidado, política dos autores (riscar autores se faz favor). Foi assim, naquela tarde rendida ao tempo chuvoso, no Bar 39 Degraus: um pé na boémia, o outro na Cinemateca. “Deveres chamam”, havia alertado Luís. O tempo era curto, mas não interessa, a conversa teria de nascer a qualquer custo. Não foi um combate de boxe, nem algo que valha. Foi, antes, um brinde com copos de imperial — “À decadência!” — porque, neste plano devastado, ou melhor, nas belíssimas ruínas que contemplamos, a cinefilia, a tal anomalia num mundo que nada presta à sua gerência, deve ser debatida, discutida e, muitas vezes, contestada. Contra a consensualidade. Contra o seriado dominante do quotidiano.
Material de Apoio
“Por Entre Belíssimas Ruínas”, de Luís Miguel Oliveira, no Cinematograficamente Falando …: https://cinematograficamentefalando.blogs.sapo.pt/por-entre-belissimas-ruinas-2316064
“Crítica e Consenso”, da autoria de Filipe Furtado, no À Pala de Walsh: https://apaladewalsh.com/2025/10/critica-e-consenso/