
No sétimo episódio do Artifex continuaremos a analisar a revolução óptica que Jan Van Eyck e o seu irmão Hubert iniciaram a partir da terceira década do século XV. Para tal, partiremos do extenso mas curioso relato biográfico de Van Eyck editado por Karel Van Mander em 1604. Mander, um dos muitos pintores flamengos que na altura viajavam por Itália, encontrar-se-á com Vasari em 1573, ano em que este se encontrava a trabalhar na decoração da cúpula de Santa Maria del Fiore, em Florença. Tomará assim contacto com as duas edições das Vite, formulando nesse momento a ideia de compor uma versão neerlandesa. Misto entre cultura retórica e verdade histórica, mas sobretudo, evidência de uma admiração incondicional pela cultura italiana, o Schilder-Boeck constitui um documento incontornável, tanto para o estudo da vida e obra de Jan Van Eyck, como da história da arte europeia.