Nesse episódio falo um pouco sobre a leitura de " O demônio do meio-dia", de Andrew Solomon.
Neste episódio do Teimosia Literária, damos voz a um dos relatos mais pungentes de Meninos de Zinco, de Svetlana Aleksievitch. A história de uma profissional de saúde que, no meio do caos da guerra no Afeganistão, carrega no peito a angústia do que conseguiu salvar — e, sobretudo, do que não conseguiu. Entre remédios que não chegavam, cirurgiões que não despertavam e feridos que eram trazidos tarde demais, ecoa uma pergunta que atravessa o tempo: como viver com o peso do que ficou para trás?
Com uma narrativa intimista, exploramos as camadas humanas, políticas e éticas por trás dessas memórias, revelando como o silêncio e a culpa moldam tanto quem esteve na linha de frente quanto a memória coletiva de um país.
Tudo começa com um sumiço. Lila, a amiga genial, desaparece sem deixar vestígios — não apenas fisicamente, mas simbolicamente. Ela apaga as próprias fotos, esvazia os armários, some dos registros da própria vida. Esse é o gesto inaugural do livro e, talvez, o mais radical: o desaparecimento como narrativa.
No prólogo de A Amiga Genial, Elena Greco, já adulta, decide escrever sua história com Lila como forma de resistir ao apagamento. A motivação não é saudade, nem revolta — é a recusa em aceitar que a amiga possa simplesmente sumir. Escrever torna-se então um ato de contra-desaparecimento, um modo de manter viva uma presença que se dissolveu.
É com essa cena marcante que Elena Ferrante nos apresenta o fio condutor da Tetralogia Napolitana: a amizade entre duas mulheres marcadas pela pobreza, pela violência e por uma inteligência feroz que as coloca em conflito com o mundo — e entre si. A narrativa mergulha em Nápoles dos anos 1950, um bairro onde as crianças crescem cedo demais e onde a vida é sempre atravessada por ameaças, desde a infância.
Neste episódio, começo pela origem da trama: o bairro, os primeiros passos da amizade, o desejo de escrever, o gesto de desaparecer. Porque talvez A Amiga Genial não seja apenas uma história de duas meninas. Talvez seja, sobretudo, um grande ensaio sobre memória, apagamento e sobrevivência.
🎙️ NOVO EPISÓDIO NO AR
📚 TAG DOS 50% – Os Melhores Livros do Primeiro Semestre de 2025
Metade do ano passou — e as leituras renderam memórias, surpresas, decepções e novos autores favoritos.
Neste episódio especial, eu revisito tudo o que li até agora em 2025:
✨ O livro que mais me marcou
🌀 O maior plot twist
💔 O que mais me destruiu (emocionalmente)
🛟 A leitura que me curou
😬 A maior decepção
👀 Um autor que entrou no radar
🔁 Um reencontro feliz
...e claro: personagens que eu levaria pra terapia (e pra um date).
Se você ama livros e quer montar sua própria retrospectiva literária, dá o play e vem comigo.
📍 Ouça agora no Spotify. É só procurar por "Teimosia Literária" ou clicar no link da bio!
No episódio de hoje, o Teimosia Literária convida você para mergulhar em uma das obras mais ousadas e perturbadoras da literatura contemporânea: As Benevolentes, de Jonathan Littell. Neste primeiro encontro com o livro, oferecemos uma resenha sem spoilers, focada na ambientação histórica, na densidade narrativa e na construção estilística que fazem desta leitura uma experiência única — e desafiadora.
Falamos sobre a proposta da obra, o impacto de seu narrador, e como Littell recria o horror com precisão documental e profundidade psicológica. Uma leitura que não facilita o leitor, mas que recompensa com inquietações duradouras. Também comentamos brevemente a recepção crítica, prêmios e o lugar do livro na literatura do pós-Holocausto.
Prepare seu café, aperte o play — e venha pensar com a gente. Porque pensar também é um ato de resistência. E teimosia.
Depois de um tempo de silêncio e reinvenção, o Teimosia Literária está de volta.
Neste episódio especial, abro a temporada de 2025 revisitando três autoras que moldaram minha trajetória de leitor e pensador: Joan Didion, com sua escrita afiada e melancólica sobre a perda e a desordem americana; Simone de Beauvoir, que me ensinou que a liberdade é projeto e o pensamento, travessia; e Toni Morrison, que transformou a dor ancestral do povo negro em literatura de ressurreição.
Entre memórias, análises e afetos, convido você a mergulhar comigo nessas obras que ainda hoje me atravessam como ferida e farol. Porque ler — como viver — é sempre um gesto de resistência.
🖋️ Ouça, compartilhe e venha refletir comigo.
📚 Literatura, memória, política e subjetividade: tudo cabe quando há teimosia
Joan Didion:
Simone de Beavouir:
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"Se você já sonhou em trabalhar no mundo da moda, prepare-se para um mergulho no lado nada glamouroso dos bastidores! O Diabo Veste Prada (2006) é uma comédia dramática estrelada por Anne Hathaway e Meryl Streep, baseada no best-seller de Lauren Weisberger.
A história acompanha Andrea Sachs (Anne Hathaway), uma jovem recém-formada em jornalismo que consegue um emprego como assistente da lendária Miranda Priestly (Meryl Streep), a impiedosa editora-chefe da revista de moda Runway. O trabalho, descrito como "um milhão de garotas matariam por ele", rapidamente se revela um pesadelo: Andrea precisa lidar com exigências absurdas, humilhações constantes e um ritmo de trabalho insano."
"No início da década de 1970, o Brasil enfrenta o endurecimento da ditadura militar. No Rio de Janeiro, a família Paiva - Rubens, Eunice e seus cinco filhos - vive à beira da praia em uma casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice - cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas - é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos."
Neste episódio comento um pouquinho sobre alguns livros que li nesse ano.
"Este é um livro sobre ioga e meditação, mas também sobre depressão e terrorismo. Um autorretrato desconcertante, bem-humorado e honesto de um homem que luta para viver em harmonia com o mundo e consigo mesmo. Neste entrecruzamento entre o romance e a autobiografia, Carrère não explora apenas os limites da literatura, mas também os da alma humana: a sua e a dos outros.Ao longo dos anos, Emmanuel Carrère galgou o posto de um dos mais importantes escritores franceses da atualidade. Em 2015, já tendo se aprofundado nas práticas de meditação e ioga, decide passar dez dias num retiro de silêncio no interior da França, que ele mesmo chama de "nível hard". Deixa para trás o celular e os livros, mas seu objetivo não é apenas meditar: contra as recomendações do retiro, ele leva consigo caneta e caderno, e pretende tomar notas para um "um livrinho simpático e perspicaz" sobre a ioga.Quatro dias depois, entre sentimentos conflitantes sobre a meditação, é obrigado a abandonar o refúgio: um amigo foi morto no atentado ao Charlie Hebdo. Sua vida então vira do avesso. A cidade está em polvorosa, seu projeto de livro não avança, sua relação amorosa começa a ruir. Para completar, é diagnosticado com transtorno bipolar, e a própria escrita, que o salvou tantas vezes, agora parece difícil, sem perspectivas. E nós, leitores, seguimos seu périplo em busca de — se não a iluminação anteriormente almejada — pelo menos um pouco de paz." Mais vendido. Literatura francesa. Religião. Reflexão.
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